Texto original publicado no "O curso das emoções"
Isabella Ianelli fez uma pesquisa despretensiosa no nosso Instagram e ficamos surpresas com o resultado.
A pergunta era a seguinte: “Qual emoção mais te pega?”. Recebemos muitas respostas, de 103 pessoas e, para nossa surpresa, a raiva veio em segundo lugar, depois do medo.
Vamos analisar olhando para um gráfico?
Em primeiro lugar, tivemos o medo, com 36 citações. Depois a raiva, com 26 e ansiedade com 24. Se considerarmos que medo e ansiedade estão dentro da mesma família, temos uma “vitória” esmagadora desta emoção.
Na sequência, vieram culpa, tristeza, insegurança, inveja e orgulho.
Recebemos muitos comentários sobre o resultado da pesquisa e, para muitas pessoas, o medo está ligado a uma construção social. Uma pessoa nos escreveu dizendo que “infelizmente temos uma construção sócio econômica e cultural baseada no medo”. Além disso, outra pessoa citou que a vontade de controlar a vida é imensa e o medo vem porque “não conseguir lidar com a inevitável impermanência é assustador”. Alguém se identifica?
Essa pesquisa nos fez lembrar, mais uma vez, da maravilhosa Pema Chödrön, que diz:
“Considere-se com sorte na próxima vez em que encontrar o medo pois é nesse ponto que entra a coragem.” Pema Chödrön
O medo tem uma função importante de proteção, de nos ajudar a escapar de ameaças. Mas também pode nos enganar muito facilmente. Uma prática para lidar com essa emoção, portanto, é “olhar de novo” para a situação, com uma boa dose de compaixão.
Não é engraçado que pensamos que as pessoas corajosas são aquelas que não têm medo — e, na real, são elas que olham para essa emoção, ouvem o que o medo tem a dizer e resolvem encará-lo?
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